terça-feira, 19 de agosto de 2008

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Estou de volta à terra do concreto e vim munida de um bom humor contagiante, embora seja terça e o tempo esteja murrinha como nunca.

Quanto a esse reino esquecido do frio e do cinza, posso dizer que há poucas mudanças. Só percebi que o bonde do cofrinho, responsável pelas reformas no local, já se retirou. Embora deduza que o trabalho foi concluído, preciso confessar que não faço idéia de qual tenha sido o objetivo da obra. Acho mesmo que a moral foi só esburacar e depois fechar de novo, que nem a gente fazia na praia quando era criança. Mas, né?, quando eu era criança eu tinha metas, tipo chegar no Japão ou, pelo menos, no centro da Terra. Fechava de novo por frustração ou porque mami mandava na hora de ir embora, achando que algum distraído poderia se machucar caindo na escavação. Achava pouco provável e, embora eu desejasse mesmo que um babaca do frisbee caísse lá dentro e assim permanecesse, obedecia. Enfim, se eu soubesse que as aspirações da galera era só ver o que tinha embaixo da lajota mesmo, dava umas dicas. E outra, munida da equipe e dos intrumentos deles, ouso dizer que teria conseguido, no mínimo, um poço tipo o que caiu a pobre Jessica nos anos 80. Aliás, vocês já pararam pra pensar que passamos a infância inteira sendo aterrorizados na Sessão da Tarde por filmes com casos de catástrofes reais ou imaginárias nas quais as crianças sempre se davam muito mal? Pense nisso. Aliás, eu pensarei nisso e farei uma coletânea do medo aqui mais além.

Fora isso, pra provar que nem tudo aqui é previsível (onde terei deixado minha amargura?), presenciei há pouco uma profunda conversa sobre astrologia entre dois senhores de meia idade, que pitavam ao meu lado ali na zona da fumaça. Juro que eles sabiam altas coisas, muito mais do que eu aos 12 anos, quando estava no auge da tendência esotérica adolescente.

Enfim, uma hora e meia de cimentolândia até agora, e permaneço firme. Sejamos positivos.

P.S.: não suspeitava que o ano da tormenta elétrica se mostraria, assim, tão literal. São Pedro e os Maias são carne e unha, aparentemente.

Um comentário:

Emily disse...

Jessica nos anos 80! Só tu lembraria disso! =D