quinta-feira, 23 de outubro de 2008

padrão/repetição

Acabo de perceber uma lógica nos acontecimentos. Todo inverno eu acho que estou completamente curada da minha síndrome de Seu Boneco Style e que passarei a me vestir de acordo com a minha idade e sensatez, mas basta esquentar um tantinho que eu esqueço todo o meu bom senso estilístico - se é que ele existe. 

Hoje eu tentei duas vezes, mas não deu certo. Não vou oferecer resistência e já vou aderir ao mendigo dress code desde já, afinal desse mundo não se leva nada e não é só porque vocês, brutos, podem vir a me criticar que eu vou deixar de curtir o verão com toda a maloqueiragem que ele oferece. 

A melhor parte de tudo isso é que, ao contrário dos anos anteriores, agora eu adoro verão. Sério, até a edição 2007/2008 eu tinha pavor e ojeriza de verão. Talvez porque eu não pudesse lidar muito bem com a minha síndrome, vai saber. O inverno desse ano, a bem da verdade, foi crucial pra que eu aprendesse a valorizar a estação mais quente do ano, mesmo na versão Porto Alegre que, todos sabem, é a pior disponível no universo. Acho que regime de trabalho em turno integral e blocos gélidos de concreto tiveram algo a ver com isso. 

Fora isso, meu cristinho, como eu idolatro horário de verão. Segunda-feira saí da natação com sol ainda brilhando e aposto que, se eu tivesse coração, lágrimas teriam corrido pelo meu rosto. 

Temo pelo meu fígado. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

heh

terça-feira, 14 de outubro de 2008

em dias como hoje



Do We The Robots, grande fonte de reflexão (agradecimentos eternos à Julia)

P.S.: crica que cresce

e o tempo passa

Ou os sinais estão cada vez mais evidentes, ou andaram descobrindo a minha mania de ser engraçadinha. Só sei que hoje, quando fui passar na roleta do ônibus, apareceu ali, em alto e bom CAPS, o seguinte imperativo:

PASSE, IDOSO


Ainda tentei resistir, mas o cobrador disse "vai, vai" e sem reação eu fui, né? Fazer o quê?


***

Ah! Acho que já sei a solução. Esse mesmo cobrador supracitado tirou mó onda da minha cara semana passada só porque eu tava de cachecolzinho. E tava frio, viu? Ele que achava que tava na disney. No mínimo a diversão matinal dele agora é debochar do meu grandma style. Podexá. Amanhã venho trabalhar de ocrinhos na ponta do nariz. Vamos ver quem desiste primeiro. Hmpf. 






Atualization:

Tava refletindo agora e loooooooooonge de mim sair caluniando trabalhadores do meu Brasil assim sem provas, mas guerra é guerra, sacumé. Será que isso não é um ato fraudulento por parte do meu mais novo arqui-inimigo? Tipo, eu entrego o meu VT, ele me libera como idoso (que viaja digrátis) e embolsa minha fichinha? Sei lá como é que fúncia a liberação da roleta e se há a possibilidade de se fazer isso, enfim. Talvez essa descofiança seja só fruto da mente rancorosa de uma jovenzinha (na flor da idade, ok?) se sentindo em situação de desaforo em plena terça-feira chuvosa (pior combo). 


Observação: eu passo com fichinha verde e não com cartão. Ok, chega de fornecer provas do crime ou me sentirei culpada. Concluam. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

pequeno répti recomenda

A carreira cinematográfica dos dois grandes musos da repartição deram origem a duas matérias supimpas. 

Bowie e Elvis são os caras. 

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

pra não dizer que eu não tentei

Pequeno répti e eu temos total consciência de termos sido abandonados por vocês, traidores do nosso country club. Impressionante que antes de se lançar para o mundo , repti púbic era muito mais badalado e considerado. Eu já saquei a de vocês, emo-indies adolescentes enrustidos, vocês só curtem coisas exclusivas e coisa que ninguém conhece. Rá!

Embora discorde totalmente dessa filosofia "DJ de festa underground", eu preciso admitir que já não somos mais engraçados. Há muito andamos apelando para piadas de outrem ou trocadilhos infames pra tentar manter o bom humor. Não tá rolando, né? Além do mais, ouso dizer que esse lance de trabalhar não tem feito bem nem pra mim nem pro público cativo do guichê. 

Mas, bem, esse desabafo descontrolado me veio, assim, espontâneo e sem educação, quando eu pensei em divulgar aqui um evento e imediatamente pensei: pra que? 

Sentiram o drama? Quando a ferramente cibernética que te conecta com o mundo e as pessoas (ainda que virtualmente) parece não servir para nada mais além de abrigar divagações tolas sobre a tua mera existência? 

De qualquer forma, eu ando bem humorada (juro!) e persistente. Então vou usar a velha desculpa do "não me custa nada" e colar aqui o texto que spameamos por aí e o flyer do evento supracitado. 

Aí vai: 


Então, queridíssimos

É com muita honra que nós, formados fabico 2008/01 (sem o N), convidamos vocês a comparecerem na nossa última festa que ainda pode utilizar essa velha desculpa de graduação pra ganhar dinheiro. O fato é que estamos a um passo de zerar as dívidas obtidas com o maior evento do ano, quiçá de nossa existência e, pra isso, contamos com a adorável colaboração de vocês. Mas a gente não só pede, também oferece. O evento, a ser realizado nessa sexta-feira (10/10) no Avohai, irá contar com a nossa humilde presença e será muito elucidativo. Todos poderão ver de perto os devastadores efeitos do diploma em mãos. Fora isso, a comemoração contará também com o animado Samba da Tribo, cerveja, gente bonita, badalação, azaração, glamour, alta periculosidade e tudo mais que alguém possa esperar de uma festa. 

Venham!

P.S.: por motivos de segurança e consciência, alertamos aos convidados que tenham muita, mas muita cautela ao subir e descer as escadas. Assim como para circular no segundo andar da casa. Fica a dica. Vocês ainda irão nos agradecer por isso. ;)






Se caridade, pena ou curiosidade não parecem bons motivos para que vocês arrisquem suas vidas na noite de hoje, o façam de sacanagem mesmo. Meus amados amiguinhos (os de carne e osso) e eu estaremos na portaria recepcionando vocês com todo amor desse mundo e negando descontos até a morte. Quem me conhece sabe que eu me transformo muito em situações de poder (mesmo em situações medíocres de poder, tipo, se eu não sair da frente tu não entra!), mas meu ímpeto déspota é unicamente exterior porque eu não consigo ser cruel como gostaria. Ou seja, eu pareço uma palhaça. Riria muito se não fosse eu mesma. Sério, recomendo. 


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

?

Hinduístas pedem que Natalie Portman se desculpe  pela existência do clipe de Carmensita.

Nenhum sentido. 

O link da matéria mostra o vídeo e eu, que particularmente, adoooouro essa música e achei o clipe bem divertidinho, recomendo que assistam e debatam comigo sobre o tema. (carência de comentário mode on)

Sei lá se eu tenho tão pouca noção sobre tolerância e intolerância religiosa dentre os povos, mas acho que dessa vez pegaram pesadíssimo, até porque em geral os próprios filmes de bollywood se satirizam e são bem humorados, não? Tá, ok, talvez essa não seja a intenção e eu ache graça porque não tenho coração. Mas com relação ao clipe, juuuuuro que não entendo o problema. E os caras são tão malucos que nem falaram nada do próprio Devendra (aliás, esse cara é massa, tem várias músicas bacanas, recomendo uma baixadinha), que seria o responsável direto pela bagunça.  

Na real, acho que eles estão sendo incentivados pelos cegos que resolveram processar Fernando Meirelles por Ensaio sobre a cegueira, ignorando por completo o Saramago , seu Nobel e, principalmente, a noção e a boa vontade pra entender uma metáfora. Nem quis me pronunciar sobre isso porque, né?, poderia ser rasa e indignada demais e ninguém me levaria a sério. Mas agora que eles estão fazendo escola, convém reparar. 

Não sei, sempre fico cheia de dedos quando o assunto envolve religião, porque reconheço a minha ignorância com relação ao tema. Acho que o deboche em cima de coisas séria é realmente perigoso e pode ser deveras ofensivo. Só que esse clipe me pareceu realmente inocente. 

Que ceis acham?

priceless

Ontem fiz uma visitinha marota a um dos meus antigos locais de trabalho - o último antes da cimentolândia, mais especificamente -, ao qual tenho muito apreço. Chegando na antiga saleta onde outrora eu desenvolvia toooda a minha genialidade de estagiária, quase tive um surto com o que vi no quadro de avisos. Na verdade, passei mal, mas no bom sentido. Emoção, surpresa, e um posterior ataque de riso, naturalmente. 

Cara, pregado ao lado de coisas importantes e outras de temática mais de acordo com o que vem a seguir, estava um papel amarelo com um cãozinho desenhado. Um vira-lata feio e sofrido, com uma anatomia deveras bizarra. Ao lado, esse profundíssimo poema:

Lá vai o cão arrependido
Com suas orelhas bem fartas
O seu osso roído
E o rabo entre as patas

Eu não tinha a mais remota lembrança de ter criado essa bela peça de arte, mas reconheci a minha bisonha letra e meu peculiar traço imediatamente. Fiquei lisongeadíssima por estar presente ainda no cotidiano daquela gente supimpa mesmo depois desse tempo razoável. Mas também tive que me perguntar: o que diabos eu tava pensando/fazendo/não fazendo pra parar em pleno expediente e desenhar um cachorro bizarro ao lado desse poema tão cheio de significado e que marcou a minha infância? Nenhum sentido. E o pior: eu devo ter guardado em uma gaveta porque, no mínimo, eu fiz o lance em um momento de impulso criador nonsense e depois fiquei rindo sozinha por cerca de cinco minutos, então achei melhor deixar para a posteridade. Sério, miacabo comigo mesma. E miacabo com as pessoas que preservam esses meus momentos insandecidos. 


***


Ainda na onda do "lembrei-me de ti" e das amizades incondicionais, acabo de ganhar do meu colega de trabalho o glorioso DVD de A Vida de Brian sem nenhum motivo aparente. Dei pulinhos de alegria. Quase torci o pé. Mas aí lembrei que esse mesmo Brian (cuja imagem trouxe do emprego onde agora reina o cão arrependido) já foi vetadíssimo aqui no pense bem cimentolândico. 

O mundo dá voltas, ahn?


***

Gente, acabo de perceber tanta metáfora da vida naquele parágrafo do Brian ali que até fiquei confusa.