quarta-feira, 8 de outubro de 2008

priceless

Ontem fiz uma visitinha marota a um dos meus antigos locais de trabalho - o último antes da cimentolândia, mais especificamente -, ao qual tenho muito apreço. Chegando na antiga saleta onde outrora eu desenvolvia toooda a minha genialidade de estagiária, quase tive um surto com o que vi no quadro de avisos. Na verdade, passei mal, mas no bom sentido. Emoção, surpresa, e um posterior ataque de riso, naturalmente. 

Cara, pregado ao lado de coisas importantes e outras de temática mais de acordo com o que vem a seguir, estava um papel amarelo com um cãozinho desenhado. Um vira-lata feio e sofrido, com uma anatomia deveras bizarra. Ao lado, esse profundíssimo poema:

Lá vai o cão arrependido
Com suas orelhas bem fartas
O seu osso roído
E o rabo entre as patas

Eu não tinha a mais remota lembrança de ter criado essa bela peça de arte, mas reconheci a minha bisonha letra e meu peculiar traço imediatamente. Fiquei lisongeadíssima por estar presente ainda no cotidiano daquela gente supimpa mesmo depois desse tempo razoável. Mas também tive que me perguntar: o que diabos eu tava pensando/fazendo/não fazendo pra parar em pleno expediente e desenhar um cachorro bizarro ao lado desse poema tão cheio de significado e que marcou a minha infância? Nenhum sentido. E o pior: eu devo ter guardado em uma gaveta porque, no mínimo, eu fiz o lance em um momento de impulso criador nonsense e depois fiquei rindo sozinha por cerca de cinco minutos, então achei melhor deixar para a posteridade. Sério, miacabo comigo mesma. E miacabo com as pessoas que preservam esses meus momentos insandecidos. 


***


Ainda na onda do "lembrei-me de ti" e das amizades incondicionais, acabo de ganhar do meu colega de trabalho o glorioso DVD de A Vida de Brian sem nenhum motivo aparente. Dei pulinhos de alegria. Quase torci o pé. Mas aí lembrei que esse mesmo Brian (cuja imagem trouxe do emprego onde agora reina o cão arrependido) já foi vetadíssimo aqui no pense bem cimentolândico. 

O mundo dá voltas, ahn?


***

Gente, acabo de perceber tanta metáfora da vida naquele parágrafo do Brian ali que até fiquei confusa. 

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