segunda-feira, 8 de setembro de 2008

poltergeist

Assim como a minha cabeça é um recanto de aloprações individuais, a minha casa é o paraíso da alucinação coletiva. Toda vez tem algum fenômeno sobrenatural acontecendo no meu apartamento e o atual é muito massa. Ch-ch-check it out!

Volta e meia a gente olha pro visor do telefone (que tem identificador de chamadas) e ali aparecem vários 6s digitados. Assim mesmo, uma sequência de 666, o número da besta. Um achava que era o outro de palhaçada e foi deixando passar até que hoje, ao meio-dia, descobrimos que não era brincadeira de ninguém. Foi um momento de honestidade e cumplicidade familiar direcionado ao bem do grupo. Aí eu fui fazer testes, pra ver se o botão do 6 não tava travado. Mas não faz sentido, porque mesmo se a gente senta o dedo naquela p#%$&a, só um 6 aparece no visor e não vários, como tem acontecido. Ou seja, seria preciso apertar muitas vezes o 6 para que o número se repetisse. Só que hoje o fenômeno ocorreu ao meio-dia, com todo mundo em casa e não nas madrugadas, como de costume...

Às vezes eu penso que é o demo himself me mandando recados do tipo "pára de me comparar com palhaços, palhaça!". Acho que ele deveria ser mais específico. Fica a dica. 


(entra a trilha do arquivo X)


Outro famoso evento fantasmagórico que acontecia muito lá em casa eram os chinelinhos. Ainda me pergunto pra onde foram... O fenômeno consistia no barulho de passos com chinelinhos de dormir passando pra lá e pra cá no corredor no meio da madrugada. Tipo, eu meio que tava totalmente habituada com os chinelinhos. No fim das contas, sempre concluo que é coisa da minha cabeça maluca e eu to sempre imaginando tanta bizarrice mesmo que uma a mais ou a menos não faz diferença. E minha família é toda igual a mim, portanto não seria nem coincidência todo mundo imaginar a mesma coisa. A questão é que certa noite uma das minhas comparsas da adolescência foi "dormir" lá em casa só pra poder aprontar. Eu, vencida pelo sono, me recolhi aos meus aposentos e deixei ela vendo TV na sala até chegar a carona. Foi aí que os chinelinhos entraram em ação. No dia seguinte, veio ela me contar que tava ali, waiting for a friend, quando alguém começou a se aproximar. Juraaaando que era minha mami, ela já começou a pensar em mil desculpas pra estar sozinha, na sala, toda aprumada no meio da madruga. Aí os chinelinhos vinham, vinham, vinham e nada! Segundo ela, parecia que os chinelinhos tinham sido barrados entrada da sala, mas continuaram andando sem sair do lugar durante algum tempo até desistirem e fazer meia-volta, desaparecendo em algum lugar. Detalhe: eu jamais tinha falado dos chinelinhos pra ela. Ou mesmo entre nós, os malucos, nunca tínhamos comentado um com outro. Tipo, todos guardávamos pra nós mesmos o mistério dos passinhos noturnos. Mas a partir daí, foi necessário que encarássemos a realidade (ou não).

Depois do ocorrido, a mocinha em questão ainda quis garantir que não era a minha mãe mesmo e, no desespero, comprou a idéia dos chinelos do além, que certamente lhe causariam menos problemas do que um telefonema entre progenitoras, não é mesmo?

A seguir, mais fenômenos sobrenaturais do meu lar. 

BITE ME, Padre Quevedo!

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