terça-feira, 18 de março de 2008

por uma mordida menos cruzada

Eu esqueci a minha caixinha do aparelho hoje e aí como eu precisava tirar, acabei enrolando eles em quilos de guardanapo pra não correr o risco de eu, estabanada, acabar quebrando os benditos no balanço do busão, sei lá. Vendo o bolo de papel amassado que envolve meus preciosos percebi que eles estão, nesse momento, facilmente confundíveis com lixo. Eu sei que eu mesma, em algumas horas, posso jogar eles fora se não mantiver a concentração e o bom senso. Aproveitei também para recordar (é viver!) das inúmeras vezes em que meu aparelho de infância foi confundido com lixo ou casca de cebola (!) em restaurantes e mesas de jantar porque eu era porcona e largava de qualquer jeito em cima da mesa – e lá o esquecia. E, finalmente, acabei por relembrar da melhor cena envolvendo desaparecimento de aparelho ortodôntico de todos os tempos!

Estávamos comemorando o aniversário de, sei lá, uns 9 anos de minha irmã número 3 em uma filial de rede de lanchonetes (idosa) perto de casa. Aí numa dessas minha mãe se perguntou onde estaria o aparelho da aniversariante. A espertinha prontamente respondeu: na tua bolsa, mãe!

A mãe disse que não estava com ela, mas deu aquela conferida esperta. Afinal, a gente nunca sabe se o alemão doido já nos pegou ou não. Não estava. Aí a pirralha disse que tinha enrolado o aparelho num guardanapo e depois disso nada mais lembrava. Esse erro é mais grave até que deixar aquela obra-prima da odontologia em exposição na mesa do restaurante. Ainda mais se for em local que serve fast food, porque lá é tudo na correria (mano). Os garçons costumam recolher o lanche ainda não terminado da mesa e, se der sopa, até arrancam da tua mão. Obviamente um pedaço de guardanapo amassado não se livraria do recolhimento em massa.

Aparelhos ortodônticos móveis, apesar de incômodos e feios, são eficazes e caros. Minha mãe, pensando no prejuízo, foi até a gerente e comunicou o ocorrido. A gerente, super gente boa, sugeriu que minha mãe adentrasse a latona de lixo e procurasse com suas própras mãos. Ainda que em situação desagradável, mamis se ressentiu pelos clientes e procurou discretamente atrás do balcão, sem fazer alarde. Afinal, a lata do lixo ficava do lado, praticamente, da comida pronta. Eis que seu companheiro, vendo sua dama em maus lençóis, resolveu que ele mesmo sairia em busca do aparelho perdido dentro da lata do lixo. E lá se foi, heróico.

Quando eu virei pra trás, para ver a quantas andava a divertida gincana (alou, boninho, próxima prova do líder no BBB: procurar um guardanapo amassado específico dentro do latão de lixo!), vi uma cena fantástica. Ele, virado para o público (clientes) estava a vestir luvas amarelas de borrachas berrantes, como se um médico legista fosse, pronto pra autópsia mais completa que faria na vida, daquelas de desmantelar tudo. Aí, com maestria, aproximou-se da lata de lixo, encarou o desafio e começou a jogar lixo pra cima loucamente, tentando catar no ar o guardanapo premiado. Sabem como fazia a Xuxa ao sortear as cartinhas da promoção Quem não Arisca não petisca da Arisco? IGUAL!






Tive um ataque desesperado de riso com aquele lixaredo voando longe e a minha mãe quase entrando ela mesma no latão de tanta vergonha. Seu senhorio estava claramente bem intencionado. Digo, claramente pra nós, porque depois da joselice toda o gerente se arrependeu para todo o sempre de tamanha insolência. Bem feito! Mandando cliente catar lixo... Affe


Mas, gente, a cara de desespero das pessoas que pretendiam comer os lanches que estavam na vizinhança do latão de lixo foi uma coisa liiiiiiiiiiiinda de se ver! O aparelho foi recuperado, com comemoração a la Rocky Balboa. Mas, pra mim, essa foi a segunda melhor cena em slow motion pastelão da história - sim, na minha cabeça tudo se passou muuuuito lentamente -, perdendo apenas pra sequência inicial de Corra que a polícia vem aí 33 e 1/3. Aquela na escadaria, saca? Passava mal quando era pirralha. heh

5 comentários:

nanah disse...

Menina, sou tua fã!!!
Não perco um post teu se quer...já ta no meu Google Reader...vejo que tu postou e corro lá para ler.

^^

administrador disse...

opa! esse é o primeiro passo para a dominação mundial! =D

rafa. disse...

hauhauhauhauah
também vou puxar o saco(?) um pouquinho! seguido dou boas risadas por aqui... hihi

rafa garrafa.

Luiz Carlos disse...

Bahhh

Meu antigo chefe, o homem bicentenário, vulgo Dr. Mariante, protagonizou coisa parecida. Não lembro os detalhes, mas foi uma prótese dentária ou um naco da dentadura que ele deixou enrolado no guardanapo de um restaurante.

Fez os garçons procurarem e, não encontrando o resto de sua arcada, trouxe todo o lixo do recinto para a casa (também meu local de trabalho), pra fazer a diarista chafurdar.

É óbvio que não se encontrou nada. Até hoje eu acho que ele engoliu.

administrador disse...

ahahahahhahaha
viiiiiiiiiiiiiuuu? vocês sempre têm histórias mais engraçacas que as minhas pra contar! heheheh

aliás, chafurdar é o termo correto, né?
bom, eu não gostaria de ser a diarista do homem bicentenário, mas garanto que valeu a pena pra ela ter visto ele chegando em casa banguela e com um latão de lixo debaixo do braço! hehehe